Rabiscando as paredes do Sótão
Rabisco paredes a lápis para que a borracha encontre utilidade quando eu errar.
Crescer começa comigo
terça-feira, 12 de setembro de 2006
Continua ardendo dentro de mim o mesmo desejo de anunciar a Cristo livre de qualquer paradigma infundado da igreja moderna. Não por modismo, indignação, rebelião ou por "ser diferente", mas unicamente para que as pessoas conheçam a Cristo de forma sincera, ou seja, sem cera, autêntica, e sem máscaras culturais ("evangélicas" ou "mundanas").
Para os que ainda não sabem, faço parte de uma comunidade cristã chamada Sótão. Sim, o nome é Sótão mesmo, e numa outra oportunidade eu conto o "porquê" do nome. Mas não é sobre isso que quero escrever aqui hoje. O fato é que pela característica do nosso grupo, e da forma como escolhemos congregar, já não tem sido mais interessante continuarmos a nos reunir na casa do Vidal (meu pastor). Mas isso não significa que não vamos mais nos reunir, pelo contrário, estamos partindo para um compromisso ainda maior, e tudo indica que o futuro nos reserva uma ampla sobreloja no centro de São Caetano do Sul (SP).
Com esse passo, novos desafios se colocam à nossa frente. Com certeza isso vai requerer de nós (ou seria de mim?) um comprometimento maior em viver de uma forma mais missional, mais intensa, mais holística, mais relevante para Deus e para o seu Reino, ou seja, viver mais a vida de Cristo.
“Em toda obra de gênio reconhecemos nossos próprios pensamentos rejeitados” - Ralph Waldo Emerson
Tenho percebido que se eu continuar rejeitando o confronto produtivo, e de tabela o meu crescimento, as pessoas que eu busco influenciar não serão mais que uma massa sendo catequizada por mim da mesma forma que meus irmãos romanos catequizaram os índios quando estiveram por aqui a algumas centenas de anos atrás. E o fruto disso é colhido (ou não) até hoje. Não vejo Cristo fazendo o mesmo com seus discípulos, mas ao contrário, Ele se colocava constantemente em situações de confronto com a própria religião, evitando que o relacionassem com aquela superficialidade e incentivando a autenticidade e a intimidade entre seus discípulos.
Talvez o sucesso desse Sótão esteja na própria busca por acertar, abrindo mão de conceitos pré-estabelecidos que talvez funcionem no hall de entrada do cristianismo, onde as pessoas, vestidas de seus casacos, ficam em pé com seus charutos, umas curiosas para conhecer a casa, outras já de saída. Porém, conceitos que não funcionam nos aposentos mais intimistas como o Sótão, onde a conversa é sempre profunda, e muito mais gostosa.